Eu tenho que dizer!
Eu não consigo ser essa super mulher! Profissional, dona de casa, esposa, mulher fatal e mãe ao mesmo tempo! Para mim não dá!
Antes da maternidade eu costumava dizer: Que quando eu engravida-se eu iria parar a minha vida uns quatro anos. PARAR? Como assim? Minha vida começou de verdade depois da Malu. O positivo, os primeiros chutes, sentir a barriga crescendo, o nascimento, o chorinho, a amamentação, os primeiros passos... UFA... São tantas emoções... Como dizer que minha vida parou? Muito pelo contrário, tá cheia de vida, cor, emoção, intensidade. Foi à maternidade que me abriu os olhos, ouvidos e coração, me fez crescer, aprender, renascer, como mãe, mulher e ser humano.
A opção por parar de trabalhar não foi fácil, não é fácil! Esses três anos longe do mercado de trabalho, ficar em casa, diminuir a renda, perder a “independência”, enfrentar a pressão da sociedade!
Ainda assim, acho que seria muito mais difícil sair de casa para trabalhar! Abrir mão da dependência gostosa e natural com o bebê, terceirizar os cuidados, passar horas longe, não ver O PRIMEIRO passo, O PRIMEIRO MAMÃ!!! NÃO, para mim não dava!
O mais fácil foi a tal "dependência". Essa é tão relativa que hoje me sinto mais independente ainda. Pensa bem? Aqui em casa, o salário do meu marido, É NOSSO e decidimos juntos o que é necessário ou não! Me sentiria muito mais dependente de um salário para pagar as contas, por que para isso me teria que ficar longe da minha filha. É verdade que o salário dele nos permitiu viver desta forma até agora, e ter feito esta escolha, mas não foi assim tão fácil, tivemos que abrir mão de muito lazer, de muitas coisas, até mesmo bens matérias que gostaríamos de ter adquirido! Foi, e é difícil enfrentar alguns familiares que se colocaram contra.
Sempre alguém me pergunta: Você não está trabalhando? Está sem fazer nada? Só em casa?
Como assim? Dá vontade de perguntar: Você já lavou? Cozinhou? Cuidou de uma casa? De um bebê? Será que isso não é trabalho? Sim! É MUITO trabalho, que não acaba e não tem folga nem uma vez por semana e nem mesmo feriado, e mais cuidar de um bebê é muita coisa, muita responsabilidade, só que a nossa sociedade resolveu que isso não é uma tarefa importante, que a educação pode ser compartilhada com a babá, com a escola e para os pais restam às poucas horas do dia e os finais semanas, mas que com qualidade isso é suficiente. Para mim não é! Qualidade e quantidade são fundamentais.
Eu escolhi cuidar da minha filha, preparar seu alimento, não terceirizar, escolhi educar no dia a dia e não ensinar a alguém como fazer isso. Escolhi ESTAR presente, SER presente em todos os momentos. Se isso não tem valor para todos? Para a nossa família isso é fundamental, meu trabalho é tão ou mais importante quanto o do meu marido, afinal de contas estou ajudando a formar uma personalidade, um caráter, uma pessoa e isso não se forma com dinheiro.