quarta-feira, 25 de agosto de 2010




Eu tenho que dizer!

Eu não consigo ser essa super mulher! Profissional, dona de casa, esposa, mulher fatal e mãe ao mesmo tempo! Para mim não dá!

Antes da maternidade eu costumava dizer: Que quando eu engravida-se eu iria parar a minha vida uns quatro anos. PARAR? Como assim? Minha vida começou de verdade depois da Malu. O positivo, os primeiros chutes, sentir a barriga crescendo, o nascimento, o chorinho, a amamentação, os primeiros passos... UFA... São tantas emoções... Como dizer que minha vida parou? Muito pelo contrário, tá cheia de vida, cor, emoção, intensidade. Foi à maternidade que me abriu os olhos, ouvidos e coração, me fez crescer, aprender, renascer, como mãe, mulher e ser humano.

A opção por parar de trabalhar não foi fácil, não é fácil! Esses três anos longe do mercado de trabalho, ficar em casa, diminuir a renda, perder a “independência”, enfrentar a pressão da sociedade!

Ainda assim, acho que seria muito mais difícil sair de casa para trabalhar! Abrir mão da dependência gostosa e natural com o bebê, terceirizar os cuidados, passar horas longe, não ver O PRIMEIRO passo, O PRIMEIRO MAMÃ!!! NÃO, para mim não dava!

O mais fácil foi a tal "dependência". Essa é tão relativa que hoje me sinto mais independente ainda. Pensa bem? Aqui em casa, o salário do meu marido, É NOSSO e decidimos juntos o que é necessário ou não! Me sentiria muito mais dependente de um salário para pagar as contas, por que para isso me teria que ficar longe da minha filha. É verdade que o salário dele nos permitiu viver desta forma até agora, e ter feito esta escolha, mas não foi assim tão fácil, tivemos que abrir mão de muito lazer, de muitas coisas, até mesmo bens matérias que gostaríamos de ter adquirido! Foi, e é difícil enfrentar alguns familiares que se colocaram contra.

Sempre alguém me pergunta: Você não está trabalhando? Está sem fazer nada? Só em casa?

Como assim? Dá vontade de perguntar: Você já lavou? Cozinhou? Cuidou de uma casa? De um bebê? Será que isso não é trabalho? Sim! É MUITO trabalho, que não acaba e não tem folga nem uma vez por semana e nem mesmo feriado, e mais cuidar de um bebê é muita coisa, muita responsabilidade, só que a nossa sociedade resolveu que isso não é uma tarefa importante, que a educação pode ser compartilhada com a babá, com a escola e para os pais restam às poucas horas do dia e os finais semanas, mas que com qualidade isso é suficiente. Para mim não é! Qualidade e quantidade são fundamentais.

Eu escolhi cuidar da minha filha, preparar seu alimento, não terceirizar, escolhi educar no dia a dia e não ensinar a alguém como fazer isso. Escolhi ESTAR presente, SER presente em todos os momentos. Se isso não tem valor para todos? Para a nossa família isso é fundamental, meu trabalho é tão ou mais importante quanto o do meu marido, afinal de contas estou ajudando a formar uma personalidade, um caráter, uma pessoa e isso não se forma com dinheiro.

domingo, 22 de agosto de 2010
















Nasci para ser mãe


DESCOBRI A MARAVILHA DE SER MÃE NO MOMENTO EM QUE SEGUREI O RESULTADO DE POSITIVO DA MINHA GRAVIDEZ, E MINHA VIDA NUNCA MAIS FOI A MESMA.

Hoje sou mãe em tempo integral, e ela me vê, sai correndo, às gargalhadas, e pula no meu pescoço. Eu a abraço inteira, mas não muito forte, pra não sufocar. Ela tem um cantinho, no meu colo, que é o favorito desde que nasceu. Encosta o rosto no meu ombro esquerdo, empina a bundinha pra trás e se encaixa com os bracinhos à volta do meu pescoço. Depois de alguns segundos quietinha, ela se levanta e fica olhando para mim em silêncio. Seus olhos e boca sorriem, e a gente não precisa dizer nada. Algumas vezes a gente fica se olhando e começa a rir de novo. Sem sabermos bem do quê. Estes são os melhores momentos da minha vida.

São muitas as conversas silenciosas que temos. Não imaginava que isso fosse comum. Eu pensava que a comunicação se daria melhor depois que ela já falasse. Pois minhas teorias foram por terra no momento em que a Malu nasceu. Quando foi tirada da minha barriga, demorou um segundo e meio pra começar a chorar. O chão para mim se abriu naquele instante mínimo e duradouro. Eu não tinha muita certeza se estava tudo bem, se ela havia chorado, e ela começou a chorar, ufa, e foi levada. Trouxeram ela perto de mim e eu disse a ela pra ficar tranqüila, porque eu estava lá. Os dias que seguiram foram difíceis, mas vencemos juntas, ela mostrou que veio para me ensinar a ser forte. Pois na sua pequenez, na sua fragilidade, ela é forte.

Nas sonecas da tarde, ou quando está doente, ela dorme na cama comigo. Nos embolamos e nunca nos machucamos. Na primeira vez em que dormimos abraçadinhas ela tinha menos de 3 meses. E se tem que ir para cama no meio da noite, a gente abre espaço para ela. E olha que a Malu se esparrama sobre mim, deita com o rosto sobre o meu, procura os encaixes mais improváveis. Dá até para dizer que meu corpo é o playground dela. É fato: não precisamos de nenhum brinquedo para ter horas de diversão.

As primeiras papinhas dela fui eu quem cozinhou. Dos passeios que temos a duas, ir ao mercado é um deles. Ver as frutas e os legumes, tocar, provar e conhecer aquele mundo de cores e cheiros. Peço sempre a ajuda da Malu para escolher os melhores. No primeiro ano, ela gostava muito ouvir uma musica do “pimpão” que eu cantava para ela dormir.

Maria Luiza fez 3 anos. Com ela descobri que tenho, enfim, uma vocação: nasci para ser mãe e gosto muito disso. Muito. Deixo que ela dirija as brincadeiras e minha vida, e quando tenho que brigar, me impor, ela fica triste. A Malu não gosta de me chatear. As outras coisas que faço na vida, as que fiz, são apenas as coisas que todos temos de fazer pra ganhar a vida. Ela é a minha história seguindo seu curso, saindo de mim. É o amor que pretendo deixar. E que se espalha pelo mundo em seu sorriso encantador.

Ser mãe é, na maior parte do tempo, muito duro. São escolhas que fazemos o tempo todo, para as quais nunca temos tempo de nos preparar. São perguntas difíceis que não sabíamos que iriam cair na prova. Surpresas e emoções o tempo todo. Ser mãe é, sobretudo, ser exemplo. Mesmo quando não sabemos e nem percebemos o fato de que estamos sendo exemplo.

Em nossos momentos temos conversas maravilhosas. Passeamos na rua muitas vezes sem rumo, outras na intenção de ir até o bar, compra um chiclete, mas também fazemos viagens longas e, ao final, a Malu pode simplesmente fechar os olhos e dormir. Segura por saber que estou olhando por ela. Segura do meu amor por ela. Feliz porque podemos não ter todo o tempo do mundo, mas aproveitamos muito bem nossos momentos.

Realmente, não dá pra traduzir em palavras o quanto são especiais os nossos momentos corriqueiros. Ou, talvez, eu precisasse de muitas páginas como esta.